‘Estamos mais preparados para este fenômeno do que nunca’, afirma representante da ONU sobre o El Niño

Escrito em 20/11/2015

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), esta alteração climática tem previsão de ser um dos mais intensos em 65 anos. No entanto, países mais afetados se planejam para reduzir seus impactos.

Rua Turiassu alagada em São Paulo. Foto: Flickr/Fernando Stankuns (Creative Commons)

Rua Turiassu alagada em São Paulo. Foto: Flickr/Fernando Stankuns (Creative Commons)

Conhecido como El Niño, o aumento da temperatura no Oceano Pacífico pode intensificar-se ainda mais até o final do ano, gerando assim o terceiro maior impacto em 65 anos, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM). O fenômeno altera padrões climáticos e provoca enchentes catastróficas e secas prolongadas, com impactos em dezenas de milhões de pessoas no mundo. Para o chefe da OMM, no entanto, “o mundo nunca esteve tão preparado para enfrentar esse fenômeno como agora”.

Michel Jarraud explicou, nesta quarta-feira (18), que o aquecimento global tem limitado a capacidade de mensurar o impacto deste fenômeno de maneira isolada. “Não há claridade de como o El Niño interage com a mudança climática. Mesmo antes do início do El Niño, a temperatura média da superfície global já tinha alcançado novos recordes. El Niño está aumentando a temperatura ainda mais”, disse em uma coletiva de imprensa em Genebra.

Os países mais afetados por este fenômeno já tomaram medidas para diminuir o impacto na agricultura, na pescaria, água e saúde, e estão trabalhando na elaboração de campanhas para salvar vidas e minimizar o prejuízo econômico, baseados nas orientações dos Serviços Nacionais de Meteorologia e Hidrologia.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alarmou que 11 milhões de crianças correm risco de passar fome, de adquirir doenças e sofrerem de falta de água na África Oriental e no Sul do continente. O Programa Mundial de Alimentos (PMA) alertou que 2,3 milhões de pessoas na América Central precisarão de ajuda alimentar à medida que o El Niño agrave situações de seca.

Na América do Sul, o El Niño tende a aumentar a quantidade de chuvas. Em 1997 e 1998, as chuvas na parte central do Equador e Peru foram dez vezes mais frequentes do que o normal, causando inundações, grandes erosões e deslizamentos de terra, destruição de moradias e infraestrutura.