Conhecido como El Niño, o aumento da temperatura no Oceano Pacífico pode intensificar-se ainda mais até o final do ano, gerando assim o terceiro maior impacto em 65 anos, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM). O fenômeno altera padrões climáticos e provoca enchentes catastróficas e secas prolongadas, com impactos em dezenas de milhões de pessoas no mundo. Para o chefe da OMM, no entanto, “o mundo nunca esteve tão preparado para enfrentar esse fenômeno como agora”.
Michel Jarraud explicou, nesta quarta-feira (18), que o aquecimento global tem limitado a capacidade de mensurar o impacto deste fenômeno de maneira isolada. “Não há claridade de como o El Niño interage com a mudança climática. Mesmo antes do início do El Niño, a temperatura média da superfície global já tinha alcançado novos recordes. El Niño está aumentando a temperatura ainda mais”, disse em uma coletiva de imprensa em Genebra.
Os países mais afetados por este fenômeno já tomaram medidas para diminuir o impacto na agricultura, na pescaria, água e saúde, e estão trabalhando na elaboração de campanhas para salvar vidas e minimizar o prejuízo econômico, baseados nas orientações dos Serviços Nacionais de Meteorologia e Hidrologia.
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O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alarmou que 11 milhões de crianças correm risco de passar fome, de adquirir doenças e sofrerem de falta de água na África Oriental e no Sul do continente. O Programa Mundial de Alimentos (PMA) alertou que 2,3 milhões de pessoas na América Central precisarão de ajuda alimentar à medida que o El Niño agrave situações de seca.
Na América do Sul, o El Niño tende a aumentar a quantidade de chuvas. Em 1997 e 1998, as chuvas na parte central do Equador e Peru foram dez vezes mais frequentes do que o normal, causando inundações, grandes erosões e deslizamentos de terra, destruição de moradias e infraestrutura.