Diálogos sobre clima serão realizados em 2017

Escrito em 08/12/2016
Paulo de Araújo/MMA
Acordo: redução do aquecimento global

Governo promoverá debates com toda a sociedade brasileira para iniciar a construção da estratégia brasileira de corte de emissões.


LUCAS TOLENTINO

As metas nacionais de corte de carbono serão atingidas com a participação de toda a sociedade brasileira. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) realizará diálogos com governo, setor privado e terceiro setor ao longo do primeiro semestre de 2017 para dar início ao processo de construção da estratégia de implantação dos objetivos assumidos pelo país no contexto do Acordo de Paris sobre mudança do clima. 

A medida foi anunciada em seminário realizado em Brasília, nesta quinta-feira (08/12), pela Câmara dos Deputados. A ideia é produzir estudos e pesquisas para elaborar um documento base que guiará os chamados diálogos estruturados, previstos para ocorrer ao longo dos próximos seis meses. Essas reuniões temáticas terão, também, o apoio do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC). 

CONTRIBUIÇÃO

Assumida perante a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), a meta brasileira é cortar 37% das emissões de gases de efeito estufa até 2025, com indicativo de chegar a 43% até 2030 – ambos em comparação a 2005. Para isso, o Brasil propôs medidas para todos os setores econômicos, desde as áreas de energias renováveis até os setores de agropecuária e combate ao desmatamento.

O compromisso brasileiro é considerado um dos mais ambiciosos pela comunidade internacional. O diretor de Mudanças Climáticas do MMA, Adriano Santhiago, destacou que, agora, é necessário o engajamento de todo o país para o cumprimento desse objetivo. “Poucos propuseram metas absolutas para toda a economia como o Brasil”, afirmou. “É uma contribuição nacional e, por isso, contamos com o país todo para implementá-la”, acrescentou. 

No contexto internacional, cada país tem metas específicas para fazer sua parte frente à mudança do clima. Esse processo é acompanhado todos os anos na Conferência das Partes (COP), cuja última edição foi realizada em novembro, em Marrakech. “O momento atual mostra uma vontade política universal para ver o Acordo de Paris começando a funcionar”, avaliou o subsecretário-geral de Meio Ambiente do Itamaraty, embaixador José Antonio Marcondes de Carvalho. 

O ACORDO DE PARIS

Mais de 190 países concluíram, no fim de 2015, o chamado Acordo de Paris, com o objetivo de manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais e garantir esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC. Agora, essas mesmas nações trabalham na regulamentação do pacto, que definirá detalhes sobre a implementação desse objetivo global.

Na COP 22, realizada em novembro no Marrocos, a comunidade internacional deu os primeiros passos sobre a regulamentação do Acordo de Paris. Foi instituída uma agenda de trabalho para que, até o fim de 2018, essa parte do processo esteja concluída. Também foi adotada a Proclamação de Marrakech, que consiste em uma declaração para encorajar os países a continuarem os esforços globais para conter a mudança do clima.  

Apesar de ser um fenômeno natural, o efeito estufa tem aumentado nas últimas décadas e causado a mudança do clima. Essas alterações decorrem do aumento descontrolado das emissões de gases como o dióxido de carbono e o metano. A liberação dessas substâncias na atmosfera ocorre por conta de diversas atividades humanas, entre elas o transporte, o desmatamento, a agricultura, a pecuária e a geração e o consumo de energia.

*Foto: Lúcio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados

 

Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): (61) 2028-1227