Mercado de Carbono

Brasil e outros 16 países fortalecem oposição à inclusão da aviação internacional no EU ETS

Escrito em 02/08/2012 por Fabiano Avila

A União Europeia (UE) decidiu há alguns meses que todas as companhias aéreas chegando ou partindo de aeroportos europeus precisarão comprar créditos de carbono a partir de 2013 para compensar emissões de gases do efeito estufa acima de um determinado limite - que ainda será calculado. Desde então, diversos países vêm publicamente se opondo, alegando que se trata de uma taxa injusta e unilateral.

Nesta quarta-feira (1) terminou em Washington, nos Estados Unidos, uma reunião de 16 países contrários ao esquema, que, além dos anfitriões, incluiu África do Sul, Arábia Saudita, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, China, Cingapura, Colômbia, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Índia, Japão, México, Nigéria e Rússia.    

“Em resumo, o encontro confirmou a posição conjunta de oposição ao EU ETS, mas também indicou que existe muito interesse de continuar trabalhando com a Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO) [buscando uma solução global para as emissões da aviação]”, afirmou um porta-voz norte-americano.

Os países planejam seguir com as metas assumidas em 2010 na assembleia da ICAO, que determinam que até 2020 um limite voluntário para as emissões seja adotado e que planos nacionais e regionais estabeleçam padrões de eficiência de combustível e outras práticas sustentáveis.

A UE defende sua posição alegando que a medida vai reduzir as emissões do setor em 20% até 2020. Além disso, os custos para as companhias seriam mínimos, acrescentando apenas entre €4 e €24 nas passagens internacionais.

A Organização de Comércio da Aviação dos EUA, que participou da reunião desta semana, resumiu o que muitos países pensam do plano europeu. “Os fundos coletados não precisam ser gastos com propósitos ambientais e, de fato, podem acabar sendo utilizados para aliviar a crise na UE.”

Em outro golpe contra os planos europeus, o  Comitê de Comércio do Senado norte-americano aprovou nesta terça-feira (31) um projeto de lei que proíbe as companhias aéreas do seu país de entrar no EU ETS. O projeto ainda precisa ser votado no Senado e depois sancionado pelo presidente Barack Obama.


 

 

Fonte: Instituto Carbono Brasil